Ciclo de Exposições Projecto Travessa da Ermida no Museu de Arte Popular
Pedro Valdez Cardoso é o artista convidado para o segundo momento expositivo do projecto Travessa da Ermida no MAP. Valdez Cardoso apresenta duas obras nesta exposição. Uma instalação intitulada THE ORDER OF TODAY IS THE DISORDER OF TOMORROW e uma escultura de parede – CAMAROTE.
Exposição – This Order – Pedro Valdez Cardoso – MUSEU DE ARTE POPULAR
Inauguração: 1 de Fevereiro 2014 – 17h
Patente até 20 de Abril 2014
Pedro Valdez Cardoso é o artista convidado para o segundo momento expositivo do projecto Travessa da Ermida no MAP. Valdez Cardoso apresenta duas obras nesta exposição. Uma instalação intitulada THE ORDER OF TODAY IS THE DISORDER OF TOMORROW e uma escultura de parede – CAMAROTE.
A instalação toma por título a célebre frase proferida por Louis Antoine de Sain-Just (1767-1794), figura emblemática ligada à Revolução Francesa e aliado de Robespierre. A partir de uma estética oitocentista, o Artista recria uma guilhotina de aparência barroca que se apresenta como um móvel de artes decorativas ao estilo e gosto do séc. XVIII.
A habitual guilhotina, de aspecto rude e símbolo histórico da luta de classes, surge recriada ao estilo das classes que nela perderam as suas cabeças. Neste ponto a situação é irónica, mas as cabeças que se encontram na vasilha e no chão, com perucas de época, não são de humanos mas sim de macacos. Deste modo, a peça passa a convocar para si não só um episódio marcante da História, e fundador da modernidade, mas também, a origem do Homem, na visão da ciência.
A segunda peça, que incorpora esta mostra representa um cesto de basket, também ele recriado numa estética barroca. Dentro do cesto temos um crânio humano com uma peruca de época, ao invés da habitual bola. O conceito de poder, e a fragilidade desse mesmo poder, em conjunto com a clara ironia de que os “bons” de hoje serão certamente os “maus” de amanhã, é transversal a ambas as peças, e essa foi a razão de as mostrar conjuntamente. Por outro lado, ambas estabelecem ainda um diálogo pertinente com o próprio Museu de Arte Popular, nomeadamente, no que diz respeito às questões e incertezas que rodeiam actualmente a instituição e o seu lugar na história cultural portuguesa.